Guimarães em palavras Magno

Abro esse espaço para pessoas com um interesse em um ponto de vista desconhecido, sobre diversos assuntos. Aqui será o meu canto ou refúgio para idéias, reflexões e poemas. Sejam todos bem vindos. Magno.

sábado, 24 de dezembro de 2011

Deus x Amor












Quando o suor queima os olhos
e nossas certezas de nada é mais certo do que nunca.
Fazendo nossa esperança perdida em meio a tanta espelunca.
Nossas verdadeiras amizades fortes como castelos de areia.
Deslizam pelos olhos de menino envenenado na veia.

Tudo é tão belo como a justiça nas ruas da igualdade.
A realidade nos sorrindo e nos dando a falsidade.
Deus é amor
Amor é Deus.

E nossa benevolência rígida pelo medo da punição.
E em nossas cabeças a maldade faz sua moradia maldição.
Como a humanidade está em evolução.
É lindo ver o progresso da aberração.
Um cenário perfeito de um porto ao fim do oceano.
Sem ninguém a lhe esperar.

E contamos com o grande Mestre “Ninguém”.
Que lhe ensina apreciar o gosto de seu próprio sangue a cada dia.
Uma solidão que de fato arrepia.
Não, não. Não estou falando de covardia.
Estou falando de alegria.
Assistir a morte da harmonia.
Moradia de nossas lamentações que não vemos como ironia.
Uma epidemia de nosso egoísmo e agonia.
Você deve imaginar como estou contente.
E por de trás destas palavras o meu sorriso.
É realmente perfeito.
Um espetáculo.
Veremos o circo pegar fogo e ao final estaremos de pé aplaudindo.
Como nosso conhecimento e a nossa vontade de buscar a verdade nos libertou.
“Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”.
Amém.


Autor: Magno Guimarães

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

À primeira vista.










Ao crescer, como cego, eu tinha dois sonhos.
Um era enxergar, e o outro era jogar hóquei para os New York Rangers.
Depois do milagre do meu breve período com visão, seu eu tivesse que escolher , acho que teria preferido jogar hóquei para os Rangers.
Não que enxergar tenha sido tão ruim.
Vi muitas coisas.
Algumas eram muito bonitas.
Outras davam medo.
De algumas coisas, já estou esquecendo.
Um determinado olhar em um par de olhos...
Nuvens...
Essas imagens ficarão comigo muito depois que a luz se apagar.
Como cego, acho que vejo muito melhor do que quando tive visão.
Porque acho que não vemos com nossos olhos.
Acho que vivemos na escuridão quando não olhamos para o que é verdadeiro em nós...
ou nos outros... ou na vida.
Acho que nenhuma cirurgia pode fazer isso.
E...
quando vê o que é verdadeiro em si mesmo...
então já viu o bastante.
E não é preciso de olhos para isso.

Trecho do filme: "À primeira vista."

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

A return to love.












Nosso medo mais profundo não é o de sermos inadequados.
Nosso medo mais profundo é o de sermos poderosos além das medidas.
O que mais nos assusta é a nossa luz, não a nossa escuridão.
Quem sou eu para ser brilhante, bela, talentosa, fabulosa?
Na verdade, quem você é para não ser tudo isso?
Você é filho de Deus.
Bancar o insignificante não presta um serviço ao mundo.
Nada há de iluminado em se diminuir para os outros não se sentirem inseguros perto de você.
Todos fomos feitos para brilhar, como brilham as crianças.
Nós nascemos para manifestar a glória de Deus, que está dentro de nós.
Não está só em algumas pessoas,
mas em todas.
E, quando deixamos nossa luz brilhar, inconscientemente damos as pessoas permissão para fazer o mesmo.
Quando nos livramos de nosso medo, nossa presença automaticamente libera os outros.

Marianne Williamson

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Minha oração.











Dizem que as palavras possuem poder.
Mas sem palavras é feito o
rejuvenescer decorrente de todas as batalhas que nos fizeram ver
que é perfeito observar calado o seu amanhecer.

Sinto que sua presença, véu do meu ser,
está além de superar o obscuro alicerce dos nossos obstáculos,
acompanhado do sofrer.

Aqui estou ajoelhado rompendo o elo 
do meu ego para ficar diante do 
tão sonhado alvorecer.
Já não tenho o desejo do poder.
O poder é o meu desejo de viver pra lhe reconhecer.

Que na escuridão seja possível ter o dom de renascer
a chama inapagável de seu filho em busca de se render.
Que a sua insistência em nos amar por toda eternidade
brilhe em nossos olhos curiosos, ainda que não tenhamos
aprendido à agradecer.

Já não desejo o querer.
Minhas mãos juntas entrelaçando meus dedos
é uma forma de lhe dizer que esse momento
estou dedicando total atenção à você.

Admito ser um grão nas areias finas da imensidão.
Mas possuo o conforto saber que este grão tem o proteger
de sua mão que nunca abandonará sua criação que fez nascer.

Que o sol que implantou dentro de cada um de nós,
jorre a mais forte luz do seu vencer.
Que com isso nos ajude a fazer nossos trabalhos
que nascemos com a força para erguer.

Aqui deixo a minha oração.
No meio de tantas, tenho a fé de que irá reconhecer.


Magno Guimarães de Souza.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Agarrando águas.








Quando a sede secar as nossas palavras,
ainda que belas, caladas elas ficam.

Abrigam um certo desapego aos raros
sentidos de tudo que significam.

Confesso que de joelhos minhas
lamentações se multiplicam.

Mas posso garantir que toda dor
e as quedas são o que me fortificam.


Percebi que ao tentar agarrar
a água, chega um momento em que ela vai embora.

Ainda que hoje minha mão possa estar seca,
não há nada mais belo do que viver o agora.

E que o tempo é a maior curadora
de tudo aquilo que um dia se melhora.

E o que realmente é meu não se vai,
apenas se revigora.

E em um novo olhar
poderei enxergar a minha aurora.


Autor: Magno Guimarães de Souza

domingo, 9 de outubro de 2011

Recomeçar.














Não se pode vencer o vazio.
Apenas acrescentar carinho e amor.
Caso contrário nada poderá ser feito.

O mundo lança um desafio.
Ser forte a um mundo frio e avassalador.
Ainda que sejamos injustiçados,
não largar de mão o que é direito.

Não vou chorar pelo meu plantio.
Em alguns momentos sentirei o dissabor.
Não sou perfeito,
mas em momento algum faltei com o respeito.

A covardia evidencio.
A sua alegria em ver a minha dor.
Mas na vida toda ação tem seu efeito.

E dentro de você o real sombrio.
Seu sorriso ao lado do enganador.
Mas com a consciência tranqüila em minha cama eu deito.

Estou aqui à aplaudir seu espetáculo.
Veremos o final do show.
Veremos quem de nós dois terá o maior obstáculo.

Não se pode enganar a vida.
E dos seus atos você não pode ser absolvida.
A ilusão lhe convida a dar a mordida.
Assinando a sua passagem só de ida.
A uma vida dolorida.

Obrigado Deus,
por me fazer ver
e assim libertar meu coração.

Talvez um dia as luzes ascendam
e eu possa ir para casa.
Como um pássaro caído
tentando curar a sua asa.


Autor: Magno Guimarães de Souza

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Minha sina.














O coração pode me levar a qualquer lugar, na alegria ou no chorar.

Mas tranquilo estou,
pois não conheço escuridão maior onde não haja coração.

Autor: Magno Guimarães de Souza

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Fantoche.














Inocentemente nossos corações nos entregam.

Inicia-se um incêndio crescente nos peitos dos que habitam sua canção.

Contrária a sua imaginação, os sonhos sorridentes conduzidos pelos balões e a realidade à observar pelo chão.

Fantoches alegres e tristes emoções transitórias de cenas que as multidões observam no palco de encenações.

Ás vezes perdemos o enredo das construções de nossa vã filosofia e abrimos mão das nossas controversas afirmações.

Acorrentados com as certezas que nos fazem saudações à ignorância de não se abrir às novas visões.
Que perdão daríamos sem antes sofrermos as dores negações de nossos princípios ideais, que nos montam robôs da nova geração?

Destemidos leões sonolentos e alimentados pelas crianças cheias de empolgações no zoológico da cidade que acabara de iniciar sua inauguração.

Palavras ditas ao vento furacão de idéias mistas, que nem sempre se quer ajuda a uma erupção de um vulcão de boas intenções perdidas na mente de qualquer um que tenha a ciência que as crianças são a nossa salvação.


Autor: Magno Guimarães de Souza

sábado, 3 de setembro de 2011

Diário de um suicida.


 










Quando os olhos transbordam de lágrimas os sentidos afloram de um precipício desconhecido.

Despercebidos os sonhos esfolados com tantos desencantos e desgostos criam um sorriso triste e o próprio sonho desaparece.

Que pacto foi esse que determinou que viveríamos em meio a tanta dor e sofrimento e ainda sim teríamos que ser felizes com tudo isso?

Que piada engraçada a da felicidade.
Quanto mais procuramos e a desejamos a felicidade mais a tristeza permanece ao nosso lado.

Não importa quem sejamos ou o que falemos.
Ninguém se importa, pois seus problemas os impedem de ajudar alguém.

O que posso sentir sem um coração se lá dentro o que existe é um vão?

O paraíso é um conto tão bonito de ser contado.
Que tem dias que até finjo acreditar só para ter uns dias melhores.

Aquela força terminal está mais pra fraqueza assim como minhas mãos estão para as suas.

Ainda lembro quando podia enxergar nas minhas mãos a sua mão.

Ainda lembro quando podia lhe chamar de PAI.
Ainda lembro quando podia lhe chamar de DEUS.

Pensei ter sido chamado de filho
mas deve ter sido coisa da minha cabeça.
O órfão que vê que qualquer homem pode ser seu pai.

Atropelado pelo querer que o mundo lhe quer.
Rastejando sobre fracassos e sucessos não saciados.

Já percebeu que o barulho da minha corrente ao chão
é igual ao barulho da sua corrente, ou não?

Como posso ser tão louco a ponto de me passar como normal?
Como posso ser tão louco e ao mesmo tempo tão igual?

O destino é tão esquecido
que ás vezes esqueço que o destino é sem rumo.

E aos que fazem seu próprio rumo talvez destino nenhum lhe ofereçam sarcasmo.

Fazemos nossas escolhas e por ironia
nunca escolhemos nosso caminho.

Perturbado pelas angústias dos anos correntes, a gota da vida parece ter secado.
E nada mais em mim é amado.
Nada mais.

E como após um ponto final segue a folha em branco.
Talvez essa seja minha vida assim que eu termine todas essas palavras.


Autor: Magno Guimarães de Souza

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Olhos de menino. (Teoria da evolução)











Depois de tantas guerras, nossa terra cansada de lágrimas, sangue e memórias apagadas, sublimou.
Qual foi a razão do suor chegar ao solo e irrigar a raíz da nossa solidão?
Aonde chegou os esforços do pão divido entre irmãos?

Encontrei a imagem embaçada de vidas passadas e passagem de homens escravizados por um futuro conformado ao padrão e a prisão.
A grade fria de nossa fé, nos faz enxergar de forma clara a desigualdade de supostos valores e oportunidades.

Somos restituidos de interesses que outros e não nós, nos empoem a ter na sociedade criada por uma minoria, sem razões, aceita pela maioria.

Talvez tenham encontrado uma forma de nos impor idéias, mudanças, certezas e verdades. E talvez, só "talvez", essa forma se chame medo e caos.


Autor: Magno Guimarães de Souza

domingo, 13 de março de 2011

Que batuque é esse?













Olhando de longe a multidão, me pergunto que esporte é esse que reúne muita paixão?
O calor e tudo o que não queremos pensar estão juntos com o samba no pé e com o pé no chão.
São canções que mesmo não conhecidas, esquecidas nunca serão.

Que batuque bom faz esse som.
Abrir sorrisos em meio à solidão de rostos pintados, não pintados, embriagados, senhoras e senhores em seus cantos reservados, que observam o batuque passar.

Que batuque bom é esse?
Um som do bom moço endividado até o pescoço, mas que ainda sabe dançar e sorrir diante do alvoroço que é ser feliz em um dia infeliz.

Que som é esse?
Um batuque que desce a ladeira das ruas de Madureira.
São Geraldo de braço aberto para o batuque da manhã e ir embora é algo incerto.
Domingo Lopes, animado vizinho festeiro prometeu deixar quem vier, assim meio boquiaberto.

Que batuque bom é esse?
Ouvi dizer que é o carnaval, a festa anual tão aguardada do povo que pouco tem de comer e o que importa é sobreviver.
Aqui prevalece a malandragem, que pede passagem ao estrangeiro Manuel.
O padeiro que sonha em ser um dia um grande bicheiro.
 
Que som é esse?
Um batuque de regras que a verdadeira face não exponha.
O que sonha a sem-vergonha prostituta?
Ela não disputa na passarela o belo barraco pra alugar na favela.
Então do que ter vergonha se a vida é bela?
Se a vida é bonita, é bonita e é bonita.

Mas será que todos já viram essa novela?
Você escuta esse mesmo som que ela?
Ou será que tem uma vista da praia em sua janela?
Mas ontem não se viu o samba dela, pois já não tinha dinheiro para ter o que por dentro da panela.
O mundo gira e talvez eu não esteja falando da sua vida, mas tenha cautela.
Afinal de contas, estamos no Brasil caramba.
Aqui não vivemos na corda bamba.
Porque no fim da história tudo vira?
Isso mesmo.
SAMBA.


Autor: Magno Guimarães de Souza.

sábado, 5 de março de 2011

Lareira.


 









Os dias me acordam de forma estranha.
Cada manhã nublada, eu sozinho observo a embaçada montanha.
Um tipo de saliva que ao descer a garganta arranha.
Ser facilmente feliz por descobrir a façanha.
Uma força vital e inevitável que não se barganha.

Queria ter aqui uma lareira.
Para me aquecer e ajudar a esquecer minha vida grosseira.
Acalmar a minha alma ouvindo o doce som da cachoeira.
Deslizar a água pelos dedos enquanto descubro que toda dor é passageira.
Se capaz de me manter firme e agüentar enquanto o tempo abaixa a poeira.

O que deveria ser um ombro amigo se tornou uma fulga sem abrigo.
A realeza e suas farturas, 
mas por dentro habitando um mendigo.
É como uma criança engatinhando com seu sorriso rumo ao perigo.
O que digo nada mais é do que rever os atos contigo.
Agradeço.
Nem tudo que desejo, eu consigo.

Sentado sendo abraçado pela paz e o silêncio, tento encontrar uma saída.
Ser forte ao saber que sua palavra singular ao vento não foi sentida.
É como voltar após anos de guerra e ainda guardar nos olhos a partida.
É caminhar em frente após olhar os punhos de uma mão suicida.
Não se trata de desistir.
É a lareira de um alguém pelo o qual sua oração não foi ouvida.

Autor: Magno Guimarães de Souza

Espelho d’água.











É confuso viver fora do presente.
A ausente maravilha de ser decente.

Como pode minha realidade se resumir em contos e fábulas do passado?
Uma sufocante ida e vinda sem rumo e amarrado.

Como se pode viver sem vida?
A mão acenada da partida.

Como aprendemos a viver em lugares sem ser o agora?
Indo sem querer ir embora.

Tive a sensação de perceber que meus sentimentos são frutos do que não posso controlar e entender.

No meio de tantas mentiras, 
encontrei a verdade.
Em meio à escuridão, 
houve momentos de claridade.
No meio de tanta dor, 
encontrei o amor.
Em meio a tanto pavor, 
foi abdicado o rancor.

Que cor escolheríamos para representar a procura frustrada do amor?
Que sabor deve ter quando descobrimos que tudo acabou?
Que espelho é esse que reflete meu próprio reflexo?
Talvez ele possa me mostrar quem realmente sou.
Pois tudo e todos tentam me convencer onde estou.
E esse lugar nunca é aqui, dentro de mim.

A cautela da mais bela das flores.
Porém mais bela que as belas flores que por ali tentavam se igualar a ela.
Era como um grande segredo que nunca se revela.

Autor: Magno Guimarães de Souza

Despedida.











Gostaria de descrever essa noite, 
para aqueles que os ouvidos curiosos desejam ser saciados.
Aqueles em que a carne cortada pela lâmina afiada já estão conformados.

Após uma manhã de calmaria, 
se fez tardia aquele tipo de moradia.
As poças pelo chão das esquinas, 
exalaram um aroma que acordou a face enrugada da melancolia.
Um dia diferente de qualquer outro dia.

Não me surpreenderia ouvir os passos constantes e despercebidos da magia.
Teimosia minha querer seguir e coordenar o ritmo em compasso da sinfonia.
O vento frio bailando e esbarrando na estrutura firme da romaria.

Tentavam me desviar dos atos marcados que tinham a minha autoria.
Passos sem vontade, porém sem termino e sem companhia.
Ao fundo daquele cenário, árvores em prontidão e com um ar de vigia.
Não havia sintonia na estrada longa e esburacada da tristeza na alegria.

Anatomia de um homem determinado a fracassar a deixar a orgia.
São peças e categorias de um cotidiano feito de correria.
Um quadro imoral da vida particular, 
que tocar ninguém se atrevia.
Não se percebe a sutileza que se afina a demagogia.
Um olhar negro que assedia e arrepia.
Nos afastamos do que é real e original e a todo estante a vida se copia.

Que voz cantaria a coragem de libertar esse mundo sem biografia?
E a verdade que se contraria?
Mas ninguém se importa com o caminho certo que se desconfia.
Essa é uma carta com o título de despedida.



Autor: Magno Guimarães de Souza

domingo, 20 de fevereiro de 2011

A janela












A janela embaçada de um hotel ou de uma casa.
A noite escura escondia o ato que ali se passava.
Aquela chuva descansava a rua e o mundo a sua volta.
De volta a janela, não se vê a porta.
Havia uma cansada senhora, em que o tempo a fez lamentar.
Sentada em uma cadeira de madeira com olhos fixos em pensamentos no passado, que a fizeram adoentar.
Mas não se trata da história de alguém.
O desejo de violetas na mão de um casamento em vão.
Violinos ao fundo da esquina, que da janela não se via.
A voz rouca do trovão deve ter dispersado a multidão.
Pois na rua não se via um sujeito caminhando sem direção.
Em dias como estes, a senhora toma chá com a solidão.
É eu sei, uma visita que pouco fala.
Mas fazer o que se era só ela que batia na porta da sala?
Ainda que lembranças de uma primavera, elas nos dão as costas, se vão e não nos esperam.
Nunca imaginei ter perdido para esse gigante inimigo.
Amigos de infância, hoje o tempo brigou comigo.
Arque rival bem sucedido.
Por que quando olhamos para o horizonte do mar, o tempo parece parar?
As mãos a se encontrar por dentro da areia fina.
Nem sempre parar é o mesmo que desistir.
Refleti que alguns erros e preceitos são fundamentais admitir.
Luzir o sol de expectativas boas é o mesmo que munir.
Coexistir em um conto de fada que o mundo inteiro aprendeu a assistir.
Perdoe a minha intenção, sem permissão, de reconstruir.
Invadir assim a sua vontade à parte de subsistir.
Permita-me parar de comentar como um poema.
E voltar ao ritmo que se iniciou sem padrão ou sistema.
O teorema é o seu próprio tema.


Aquele dia não foi mencionado na bíblia.
Um segundo ato, talvez.
Uma segunda chance de três.
Um concerto de ópera feito apenas de imagem.
O som feito de miragem de um deserto sem um tipo de paisagem.
Me pego fantasiando dias melhores.
Em que crianças ainda são crianças ainda menores.
Em que um sorriso de um pai não se apaga mais.
A fortaleza de uma mãe capaz de dissipar pesadelos irreais.
Irmãs e irmãos que nunca, nunca soltaram as mãos.
Nem sempre parar é o mesmo que desistir.


Tenho saudades daquela janela.
Debruçada ali, a vida parecia sempre mais bela.
Sei que muita das coisas que lhe digo não faz sentido ou razão.
Mas se tiver um tempo para se sentar, estarei aqui lhe aguardando para conversar.
Minha cadeira de madeira, duas xícaras de chá na escuridão.
Ah... e a propósito.
Prazer, me chamo redenção.


Autor: Magno Guimarães de Souza.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Aquarela











A aquarela se fez mais bela,
visto pelo olhar dela.
Quem disse que o sol não reluz a flor amarela?
É como a chegada antecipada da primavera.
Aquela em que os ventos sopram os navios e estufam o peito das velas.

Por elas o destino do mar, 
um dia há de se revelar.
Pois é breve a chegada da noite que vem o abraçar.
Derramaram um imenso silêncio na angústia do amar.
O labirinto de dúvidas veio se perguntar:
“O que há de se alimentar na sede dos frutos do amor sem recíproca?”.

Invicta vitória do tempo que nunca demora.
Embora pareçam fora de hora, 
é indiscutível a solução que de si aflora.
Pois o seu maior segredo não se encontra lá fora.

Autor: Magno Guimarães de Souza

O que mundou?













A tv. O que a gente não vê. 
O que a gente crê.

Política. Ilícita. Corrupta.

Injusta. Nossas culpas. Abrupta.

Religião. Morrer pelo pão. 
Venerar ajoelhado ao chão.

A tv. Escrever o que não se lê. 
A certeza sem saber o que.

Política. Interrupta. Bruta.

Injusta. Nossas mãos sujas. Nossas juras.

Religião. Não estender a mão. 
Ainda aprender a ser bom.

Legal. Real. As leis do mal.

Nossa marcha aguarda. 
Nossa mancha amarga. Grande sobrecarga.

O sonho. Sem dono. 
O maior coração tristonho.

Fé. Desistir de ficar em pé. 
A vida na marcha ré.

Legal. Imoral. A paz no caos.

Nossa marcha aguarda. 
O abandono embarga. 
Sozinho é nossa marcha.

O sonho. A morte a quem proponho. 
Dos nossos atos me decepciono.

Fé. Remar contra a maré. 
A morte de mais um Zé.

Uma poesia. Anestesia da alegria. 
As festas em folia.

Uma poesia. 
A lembrança em uma fotografia. 
A direção que não guia.

Uma poesia. Apenas mais uma teoria. 
Nossa doença sadia.

Uma poesia. A tristeza que ria. 
A nossa lágrima vazia.

Uma poesia. O sentimento da vadia. 
A vitória nas mãos da utopia.

Uma poesia. A escuridão que irradia. 
O sol que não nasceu de dia.

O mundo mudou o modo ou o modo mudou o mundo?
Ou será que tudo ficou mudo?

Autor: Magno Guimarães de Souza

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Amanhecer.











Encontre tempo para realizar seus sonhos, 
ainda que pareçam banais.
Porque ser feliz nunca é demais.
De que vale tudo isso sem um pouquinho de paz.

O sinal refleti, repeti a oportunidade.
É preciso ouvir o som da verdade.
O anti-som que em ti arde.
Abre a porta da simplicidade.
E só nos cabe silenciar o mundo das adversidades.
Um mundo de chantagens, onde o homem sobe a partir de alguma vantagem.

O homem acredita conhecer o saber.
Pois não crê naquilo que não vê.
Tão cego quanto o sentido de perder.
Rever nossa consciência é mais do que um dever.
Daí percebemos que viver a vida não se trata de sobreviver.
E sim despertar dentro de nós o amanhecer.


Autor: Magno Guimarães de Souza

O circo da vida.











Hoje é dia de ser amado.
Hoje é dia de ver João e Maria.
Hoje é dia de ir ao circo local animado.
Hoje é dia de viver dia após dia.
Um reflexo de nossa alegoria.

Quem diria que o circo seria encantado.
Sorrisos, pulos, animais, um verdadeiro espetáculo montado.
Uma breve angústia passageira ficou apagada.
Encontrar a flor das emoções e seus sentidos revirados.

Ah doce sensação de ponderação.
É sempre inédito quando se fala de amor e das coisas do coração.
A princípio tudo parece figuração, ilusão.
Mas logo a imagem se vai e nos envolvemos na verdadeira ficção.
Mentira ou não, o que vale é a emoção.

O mágico tirou o coelho da cartola.
O pesado elefante conduzido andou sobre a bola.
O palhaço pintado e colorido tinha uma flor em seu peito que chora.
O domador de leões foi tão assustador. que fez alguns irem embora.

Ah! Mais as canções.
Barulhentas, cheias de mistérios.
Gargalhadas, brincadeiras, mas tudo levado muito a sério.

Hoje é dia, de sentir a alegria da vida.
A viva alegria do dia.
Quem me permitiria revelar suas mentiras?
Você diria que o mundo gira e que eu entrei na sua lista, na sua mira.

O louco inspira o sóbrio.
Só os que se arriscam sobem ao pódio.
Como podemos viver no meio de tanto ódio?

Odeio reverenciar a tristeza.
Aquele ar de rudeza.
Batendo palmas pela sua braveza.
Sorrindo lhe oferecendo avareza.
Fazendo a baronesa viver na pobreza.

Oh surpresa! Como vives no meio de tanta nudeza?
Seria proeza da natureza, sofrer por amor e oferecer gentileza.
Teríamos que ter firmeza para não nos sentirmos mais uma presa.

Ainda que os ventos soprem.
Não mordem o amor forte.
O trote das palavras em ordem.
Tudo isso não se trataria de sorte.
A morte deixa em cada um de nós, um corte.

Autor: Magno Guimarães de Souza