A janela embaçada de um hotel ou de uma casa.
A noite escura escondia o ato que ali se passava.
Aquela chuva descansava a rua e o mundo a sua volta.
De volta a janela, não se vê a porta.
Havia uma cansada senhora, em que o tempo a fez lamentar.
Sentada em uma cadeira de madeira com olhos fixos em pensamentos no passado, que a fizeram adoentar.
Mas não se trata da história de alguém.
O desejo de violetas na mão de um casamento em vão.
Violinos ao fundo da esquina, que da janela não se via.
A voz rouca do trovão deve ter dispersado a multidão.
Pois na rua não se via um sujeito caminhando sem direção.
Em dias como estes, a senhora toma chá com a solidão.
É eu sei, uma visita que pouco fala.
Mas fazer o que se era só ela que batia na porta da sala?
Ainda que lembranças de uma primavera, elas nos dão as costas, se vão e não nos esperam.
Nunca imaginei ter perdido para esse gigante inimigo.
Amigos de infância, hoje o tempo brigou comigo.
Arque rival bem sucedido.
Por que quando olhamos para o horizonte do mar, o tempo parece parar?
As mãos a se encontrar por dentro da areia fina.
Nem sempre parar é o mesmo que desistir.
Refleti que alguns erros e preceitos são fundamentais admitir.
Luzir o sol de expectativas boas é o mesmo que munir.
Coexistir em um conto de fada que o mundo inteiro aprendeu a assistir.
Perdoe a minha intenção, sem permissão, de reconstruir.
Invadir assim a sua vontade à parte de subsistir.
Permita-me parar de comentar como um poema.
E voltar ao ritmo que se iniciou sem padrão ou sistema.
O teorema é o seu próprio tema.
Aquele dia não foi mencionado na bíblia.
Um segundo ato, talvez.
Uma segunda chance de três.
Um concerto de ópera feito apenas de imagem.
O som feito de miragem de um deserto sem um tipo de paisagem.
Me pego fantasiando dias melhores.
Em que crianças ainda são crianças ainda menores.
Em que um sorriso de um pai não se apaga mais.
A fortaleza de uma mãe capaz de dissipar pesadelos irreais.
Irmãs e irmãos que nunca, nunca soltaram as mãos.
Nem sempre parar é o mesmo que desistir.
Tenho saudades daquela janela.
Debruçada ali, a vida parecia sempre mais bela.
Sei que muita das coisas que lhe digo não faz sentido ou razão.
Mas se tiver um tempo para se sentar, estarei aqui lhe aguardando para conversar.
Minha cadeira de madeira, duas xícaras de chá na escuridão.
Ah... e a propósito.
Prazer, me chamo redenção.Autor: Magno Guimarães de Souza.
Muito interessante, hein!!! Parabéns, espero que continue com esse padrão, tá muito legal!!! Grande abraço!! DIOGO.
ResponderExcluirque lindo!!!!
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